




Vila de Alvor

Alvor é uma terra de tradição marítima e piscatória, de profundas crenças religiosas, assinaladas pela Igreja Matriz, donde se destaca o seu pórtico principal de grande riqueza decorativa, esteve desde sempre sujeita aos infortúnios da faina e infortúnios do mar. Hoje, paralelamente com a pesca de cariz artesanal, a restauração, o comércio e o turismo são as actividades económicas principais.
Conhecida pelas suas praias, o seu extenso areal tem suficiente espaço para albergar todos os banhistas que a procuram no Verão. Na retaguarda da praia situa-se a Ria de Alvor, uma importante zona húmida onde nidificam ou se protegem e alimentam muitas espécies de aves.
Embora seja costume ouvir os visitantes ou pessoas de fora chamar "O Alvor" à vila, quando a designação "O Alvor" se refere ao rio com o mesmo nome. Para alguém se referir a Alvor, simplesmente deve indicar Alvor ou vila de Alvor.
O nome desta vila, contrariamente ao que se poderá pensar, não significa alvorada, início do dia, mas sim fortaleza, castelo, derivando do árabe al-burdj.
A recente pesquisa arqueológica evidenciou que a primitiva ocupação humana deste local é muito antiga, aqui tendo se localizado Ipses, um importante centro comercial pré-romano fortificado, que manteve a sua atividade durante a ocupação Romana e após. À época da ocupação Muçulmana, o sistema defensivo deste povoado (Castelo de Alvor) tornou-se mais denso, embora não seja ainda totalmente compreendido pelos estudiosos: a defesa proporcionada pelo castelo Mouro era reforçada por redutos complementares, entre este e o mar.
Embora tenha se mantido como uma das principais povoações do Algarve, devido à excelência de sua enseada, aqui tendo falecido el-rei de Portugal D. João II (1481-1495), não foram localizadas informações acerca da evolução da arquitectura militar da vila e seu castelo. Diante da perda de sua função defensiva, o castelo foi progressivamente sendo envolvido pelo crescimento da povoação ao longo dos séculos, vindo a cair em ruínas.
Pouco tempo depois, D. Manuel elevou a vila a sede de concelho, estatuto que viria a perder no início do século XIX.

Igreja Matriz de Alvor (ou Igreja do Divino Salvador de Alvor)
"Pequena igreja situada na parte velha da vila do Alvor, a matriz apresenta-se como uma igreja de estrutura gótica, com três naves à mesma altura, um curioso morábito inserido a Norte, portal secundário virado Sul, com decoração manuelina, e o principal a Oeste, com a forma de seis arquivoltas de arco perfeito, cuja decoração figurativa apresenta singularidades tanto na tradição decorativa anterior, como na temática manuelina."
[Continuar a Ler] (Maria Manuela Braga; Instituto de Estudos Medievais FCSH-UNL)